quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Texto sentido linguagem e persuasão"



A temática principal do livro é analisar como os discursos, tanto escritos como falados, em variáveis vertentes têm a finalidade de atingir o público alvo para conquistar, convencer, fascinar.
A obra nos faz pensar sobre os efeitos que os mecanismos persuasivos fazem sobre nós e muitas vezes nem percebemos e isso estimula o leitor a estudar mais a fundo os temas abordados.
A retórica é apresentada como algo que une arte e espírito, ela não é persuasão, mas revela como faz.
O autor comenta a história da persuasão e mostra texto publicitário para demonstrar as estratégias utilizadas para fascinar o cliente, unindo efeitos retáoricos com fatores sociais, econômicos e psicologicos, já no texto religioso temos a idéia de algo superior.
Citelli afirma que os discirsos dos livros podem sofrer interferência de valores de quem os criou e cita modalidades discursivas, ferramentas da persuasão etc.
Indico essa leitura, pois o texto apesar de breve é extenso em sabedoria, afinal conhecendo o tema decidiremos até onde podemos nos deixar dominar.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

" EU SEI MAS NÃO DEVIA"


                                              




Marina Colasanti

 
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti
nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.
(1972)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Resenha o Monge e o executivo

                                                          




     O autor relata uma transformação em sua vida depois de um período emocionalmente
difícil. Foi então convencido por sua mulher e seu pastor a participar de um retiro num 
mosteiro cristão dando assim início a um grande aprendizado.


Cap 1.

 Nesse capítulo o autor mostra a diferença entre gerenciar (que gerencia coisas)
 e liderar (que lidera pessoas), para ele o líder tem que ter habilidades suficiente
 para influenciar pessoas ao ponto de fazê-las atingir os seus objetivos,
 usando como ferramentas o realcionamento e a confiança.
 Através de Simeão é esclarecido a enorme diferença entre poder e autoridade:
 O poder é algo que pode ser dado, vencido, comprado e tomado, ao
 contrário da autoridadeque não se vende, nem se toma e se diz respeito a quem
 você é como pessoa, o seu caráter e o que você transmite sobre elas.


Cap 2.

   No capítulo dois somos convidados a refletir sobre a importâcia de
ouvir (característica fundamentalde um grande líder).
Simeão aconselha a não nos ocuparmos com respostas e sim prestar
atenção no que o outro fala, pois não agir assim é não se importar com a
opinião alheia. Alerta também a desafiar crenças e paradigmas para que
não possamos ficar paralisados e ultrapassados, devemos seguir a mudança
do mundo.Em seguida explica que paradigma é o modelo que usamos para
navegar na vida.


Cap 3.


Mostra que manter pessoas que pensam diferente em uma equipe ajuda a manter o equilíbrio
e que o primeiro passo de liderança é a vontade. Toda intenção não significa nada se não for
acompanhada por ação.
Simeão apresenta Jesus Cristo como exemplo de liderança e servidão; ressalta que o amor não
é só sentimento é também comportamento.
Considera de suma-importância questionar o "eu" tornando-se assim capaz de quebrar o falso
ego e a soberba.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

"Comentário ao texto tempo de delicadeza"

  



O texto convida o leitor a ponderar sobre a rudeza em que nos encontramos;
a cada dia nos deparamos com pessoas digamos mal  acabadas que nos mostram
severamente sua escassez de cortesia.
Decifro que ser delicado não se trata de debilidade e sim de porte. Temos sim grandes
causas que nos arrastam a esta forma de agir, por várias vezes nos vemos nessa posição
ao tentar exigir nossos direitos.
Concordo com o autor do texto na reflexão de que a delicadeza recai a todas as pessoas,
por que até mesmo a indifernça agride dependendo da situação.
Creio que buscar esse valores dentro de nós talvez amenize em certos aspectos essa
exagareda mudança na sociedade, em que o que antigamente era "honra", hoje se trata
de 'falta de coragem" se é que me entendem"!
Sugiro que essa mudança ocorra inicialmente na educação dos pais aos filhos e se propague
em colégios, faculdades, templos religiosos e política.

terça-feira, 15 de março de 2011

"Tempo de delicadeza"

 
 Affonso Romano de Sant’Anna
 Sei que as pessoas estão pulando na jugular umas das outras.
 Sei que viver está cada vez mais dificultoso.
 Mas talvez por isto mesmo ou talvez devido a esse maio azulzinho, a esse outono fora e dentro de mim, o fato é que o tema da delicadeza começou a se infiltrar, digamos, delicadamente nesta crônica, varando os tiroteios, os seqüestros, as palavras ásperas e os gestos grosseiros que ocorrem nas esquinas da televisão e do cinema com a vida.
Talvez devesse lançar um manifesto pela delicadeza. Drummond dizia: “Sejamos pornográficos, docemente pornográficos”. Parece que aceitaram exageradamente seu convite, e a coisa acabou em “grosseiramente pornográficos”. Por isto, é necessário reverter poeticamente a situação e com Vinicius de Moraes ou Rubem Braga dizer em tom de elegia ipanemense:  
Meus amigos, meus irmãos, sejamos delicados, urgentemente delicados.
Com a delicadeza de São Francisco, se pudermos.
Com a delicadeza rija de Gandhi, se quisermos.
Já a delicadeza guerrilheira de Guevara era, convenhamos, discutível. Mas mesmo ele que andou fuzilando pessoas por aí, também andou dizendo: “Endurecer, sem jamais perder a ternura”.
Essa a contradição do ser humano. Vejam o nosso sedutor e exemplar Vinicius, que há vinte anos nos deixou, delicadamente.
Era um profissional da delicadeza. Naquela sua pungente “Elegia ao primeiro amigo”, nos dizia:  
‘‘Mato com delicadeza. Faço chorar delicadamente
E me deleito. Inventei o carinho dos pés; minha alma
Áspera de menino de ilha pousa com delicadeza sobre um corpo de adúltera.
Na verdade, sou um homem de muitas mulheres, e com todas delicado e atento.
Se me entediam, abandono-as delicadamente, desprendendo-me delas com uma doçura de água.
Se as quero, sou delicadíssimo; tudo em mim
Desprende esse fluido que as envolve de maneira irremissível
Sou um meigo energúmeno. Até hoje só bati numa mulher
Mas com singular delicadeza. Não sou bom
Nem mau: sou delicado. Preciso ser delicado
Porque dentro de mim mora um ser feroz e fratricida
Como um lobo.’’

Está aí: porque somos ferozes precisamos ser delicados. Os que não puderem ser puramente delicados, que o sejam ferozmente delicados.
Houve um tempo em que se era delicado. E Rimbaud, que aos dezessete anos já tinha feito sua obra poética, é quem disse um dia: ‘‘Por delicadeza, eu perdi minha vida’’.
Intrigante isto. 
Há pessoas que perdem lugar na fila, por delicadeza. Outras, até o emprego. Há as que perdem o amor por amorosa delicadeza. Sim, há casos de pessoas que até perderam a vida, por pura delicadeza. Não é certamente o caso de Rimbaud, que se meteu em crimes e contrabandos na África. O que ele perdeu foi a poesia. E isto é igualmente grave. 
Confesso que, buscando programas de televisão para escapar da opressão cotidiana, volta e meia acabo dando em filmes ingleses do século passado. Mais que as verdes paisagens, que o elegante guarda-roupa, fico ali é escutando palavras educadíssimas e gestos elegantemente nobres. Não é que entre as personagens não haja as pérfidas, as perversas. Mas os ingleses têm uma maneira tão suave, tão fina de ser cruéis, que parece um privilégio sofrer nas mãos deles.
Tudo é questão de estilo.
Aquele detestável Bukowski, sendo abominável, no entanto, num poema delicado dizia que gostava dos gatos, porque os gatos tinham estilo. É isso. É necessário, com certa presteza, recuperar o estilo felino da delicadeza.
 A delicadeza não é só uma categoria ética. Alguém deveria lançar um manifesto apregoando que a delicadeza é uma categoria estética.
 Ah, quem nos dera a delicadeza pueril de algumas árias de Mozart. A delicadeza luminosa dos quadros dos pintores flamengos, de um Vermeer, por exemplo. A delicadeza repousante das garrafas nas naturezas-mortas de Morandi. Na verdade, carecemos da delicadeza dos adágios.
 Vivemos numa época em que nos filmes americanos os amantes se amam violentamente, e em vez de sussurrarem “I love you” arremetem um virótico “Fuck you”.
Sei que alguém vai dizer que com delicadeza não se tira um MST com sua foice e fúria dos prédios ocupados. Mas quem poderá negar que o poder tem sido igualmente indelicado com os pobres desse país há quinhentos anos?
Penso nos grandes delicados da história. Deveriam começar a fazer filmes, encenar peças sobre os memoráveis delicados. Vejam o Marechal Rondon. Militar e, no entanto, como se fora um místico oriental, cunhou aquela expressão que pautou o seu contato com os índios brasileiros: ‘‘Morrer se preciso for, matar nunca’’.
A historiadora Denise Bernuzzi de Sant’Anna anda fazendo entre nós o elogio da lentidão, denunciando a ferocidade da cultura da velocidade. É bom pensar nisto. Pela pressa de viver as pessoas estão esquecendo de viver. Estão todos apressadíssimos indo a lugar nenhum.
Curioso, a delicadeza tem a ver com a lentidão. A violência tem a ver com a velocidade. E outro dia topei com um livro, A descoberta da lentidão, onde Sten Nadolny faz a biografia do navegador John Franklin, que vivia pesquisando o Pólo Norte. Era lento em aprender as coisas na escola, mas quando aprendia algo o fazia com mais profundidade que os demais.
Sei que vão dizer: a burocracia, o trânsito, os salários, a polícia, as injustiças, a corrupção e o governo, não nos deixam ser delicados.
   E eu não sei?
Mas de novo vos digo: sejamos delicados. E se necessário for, cruelmente delicados.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"2011" Que nem diria Seu Carlinhos: Agora vai!!!!





Lista do que planejo para essa nova oportunidade!!!


 1- Começar enfim minha faculdade.
 2- Ser menos consumista ( consequência de pagar uma faculdade, ou seja estarei lisa)
 3- Ler pelo menos um capítulo da bíblia por dia. ( sou um pouco indiciplinada)
 4- Fazer as pazes com algumas criaturinhas que me incomodaram um pouco em 2010.
 5- Orar mais, principalmente agradecer mais.
 6- Procurar novas oportunidades. ( se é que me entendem)
 7- Ganhar mais dinheiro, ( opção 6!! ).
 8- Dormir menos.
 9- Ir a Escola dominical ( não prometo)
10- Tentar ser mais calma e mansa de espírito. ( esse é dificíl)